Ontem, na final do BBB 11, o apresentador, Pedro Bial, antes um dos mais respeitados jornalistas da televisão, transformado há anos em apenas “a voz” do Big Brother, tentou defender seu programa da garra dos críticos de plantão. Na ocasião, ele alegou que o BBB instigava as pessoas a pensar, levantando debates sociais importantes aos telespectadores e na mídia em geral. O que de fato, não deixa de ser verdade. Afinal, graças ao “reality show” nossas casas foram invadidas com as mais variadas questões a cerca de transexualidade, machismo, homofobia, entre outros assuntos citados pelo próprio apresentador. Ainda que tudo de forma pouco profunda e gerados pelo BBB, mas não NO BBB, já que os participantes não teriam categoria suficiente para tratar de assuntos tão complexos com a seriedade que lhes é cabível.
Porém, Pedro Bial errou feio ao comparar a televisão e o próprio Big Brother em si, com os filosóficos debates que aconteciam nas praças da Grécia antiga. Segundo ele, esse tipo de coisa não acontece mais nos dias atuais porque existe a televisão. Mas, ainda segundo o apresentador, não porque a TV cria zumbis sentados no sofá que não têm mais capacidade para raciocinar, mas sim porque ela tem a mesma função, instigando seu público a pensar. O que não concordo de forma alguma. Na verdade, a televisão incentiva às pessoas a não pensarem! Isso sim. Ao contrário, a mídia como um todo pensa pelo telespectador, impondo modas, opiniões, estilo de vida... Ela te diz o que vestir, o que comer, em quem votar, o que assistir, o que não ler, o que fazer, o que vestir e o que pensar sobre a vida, sobre a politica e sobre tudo. Tá tudo lá. Prontinho para manipular o espectador, que passivo, nem se dá conta disso.
Não Bial, a TV e muito menos o Big Brother, não ajudam ninguém a elevar seu raciocínio ou a crescer intelectualmente. Ele continua sendo o que sempre foi: uma ode à falta do que fazer. Já que gastar o tempo, hoje, um bem cada vez mais precioso, vendo um bando de gente rasa sentando na beira da piscina falando bobagens ou trancadas dentro de um carro durante horas a fio para ganhar algum prêmio, é algo bastante deprimente e que não enriquece a mente de ninguém.
Debater temas sociais é muito importante, claro, mas essa não é e nunca será a questão principal de um reality show. E mesmo quando isso acontece por tabela, o que o país precisa é muito mais do que prender pessoas diferentes dentro de uma casa. A discussão tem que ser muito mais funda e séria. Algo impossível para os cabeças-de-bagre que geralmente se metem a participar de tais programas.
Voltando ao Pedro Bial, no fundo ele está certo, há mesmo que defender seu peixe. Mas todos sabem que ele não enxerga a coisa exatamente por esse ângulo. Ele, como homem esclarecido que é, deve saber que isso não passa do bom e velho pão e circo. Não é, Pedro Bial? Seu brincalhão.
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