Vandroya - One

3 de fev. de 2014



Todos sabem o quanto é difícil viver de música em nosso amado país e em se tratando de Heavy Metal, mais ainda. Não porque o estilo não tenha público, muito pelo contrário inclusive, mas porque há pouco espaço para ele no Brasil. Existem poucas casas de show que apoiam o rock pesado e poucas lojas especializadas. Porém, o pior não é isso. O mais complicado é conseguir apoio/patrocínio para conseguir realizar o sonho de gravar um disco e sair em turnês.  Mesmo diante desse quadro altamente desfavorável, o VANDROYA conseguiu alcançar seu objetivo e colocar no mercado o, já aclamado, debut “One”, mesmo que com muito suor, oito anos após o lançamento da demo” Within Shadows”.

Sabendo de toda a batalha que uma banda de metal tem que vencer, ao ouvir “One”, fico ainda mais orgulhoso do trabalho da banda e da cena de nosso país. Pois, o que se ouve na bolachinha é um som altamente profissional, muito bem gravado e muito bem tocado, que não deve nada para aquilo que vem da Europa, onde sabiamente, o Heavy Metal é mais aceito.

Para aqueles que ainda não tiveram o prazer de conhecer o som da banda, não caia na ideia de que é uma banda com vocal feminino. Sim, é uma banda com vocal feminino, mas isso, de certa forma, menosprezaria e rotularia erroneamente o som do grupo. O importante aqui é dizer que Daísa Munhoz possui um baita de um gogó. Mas não espere nada de soprano ou aspirações góticas, a moça canta como manda a cartilha do bom Power Metal, voz potente, ora melódica, ora rasgada, mas invariavelmente bela e agradável. 

O som apresentado pelo grupo soa como um híbrido de Prog e Power Metal, mas com alma própria, não espere nada genérico, como milhares de bandas do estielo que pipocaram nos anos 2000. Ao ouvir, você saberá que se trata do VANDROYA.

A faixa que abre o disco, logo após a introdução como manda a tradição, é “The Last Free Land”. Uma música veloz, cheia de guitarras cantadas, baixo pesadão e refrão grudento, com certeza fará a alegria dos fãs de power metal.  Seguem essa linha “Change the Tide” com participação de Leandro Caçoilo cantando demais, como sempre, e “When Heaven Decides To Call”.

O lado mais progressivo também dá as caras, como nas excelentes “No Oblivion for Eternity”, “Whithin Shadows”, “Anhthem (for the Sun)” e “Solar Night”. Esta última com todo aquele jeitão das semi-baladas dos estadunidenses do Symphony X, o que é um tremendo elogio.

O álbum todo segue em um nível altíssimo, e seria injusto destacar essa ou aquela música dentro de um disco tão coeso e inspirado. Mas saiba que você ouvirá guitarras que conseguem ser virtuosas sem abandonar o peso e a melodia, baixo marcante, bateria muito bem encaixada que sabe quando tem que ser rápida e quando tem que ser quebrada e um vocal que dispensa comentários. Outra coisa que chama muito a atenção são os refrãos marcantes, que ficarão na sua cabeça por bastante tempo, mas que não soam forçados ou repetitivos. Coisa rara nos dias de hoje. Ponto pra banda.

Porém, não posso terminar essa resenha sem comentar a belíssima balada “Why Should We Say Goodbye”, que já estava presente na demo de 2005 e aqui aparece com uma dose extra de peso. Grande canção. 

Se você, como eu, tem uma lista de álbuns esperando para serem ouvidos, se prepare para deixa-los de lado. Depois que você ouvir esse disco, você não vai mais querer tirá-lo do play. Viciante e obrigatório para qualquer fã do estilo. Espero que consigam manter o alto nível nos vindouros lançamentos, pois caso aconteça, fatalmente serão uma das grandes bandas de Metal do Brasil e do mundo.

Video-clipe da música “Why should we say goodbye”:

Nota: 10
Tracklist:
01. All Becomes One
02. The Last Free Land
03. No Oblivion For Eternity
04. Within Shadows
05. Anthem (For The Sun)
06. Why Should We Say Goodbye?
07. Change The Tide
08. When Heaven Decides To Call
09. This World Of Yours
10. Solar Night


Barista: Carlos Eduardo Garrido

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