Vandroya (General Bar, Jaú - 20/07/14)

21 de jul. de 2014


Nas cidades do interior do estado de São Paulo, como aquela em que eu resido, não há muito o que se fazer em um domingo à tarde. Tomar um sorvete com a amada, assistir algum filme, jogar xadrez na praça, enfim, não existem muitas opções. Mas não no dia 20/07/14. Nesse dia tinha show de Heavy Metal na cidade de Jaú. O General Bar trazia a banda VANDROYA, que está completando 13 anos de estrada e promovendo seu aclamado debut “One”, lançado ano passado.

Apesar de ser em um preguiçoso domingo de inverno e em uma cidade pequena, lá estavam os camisas pretas ocupando a casa de show e prontos para assistir a um grande espetáculo.

A missão de esquentar o público para a banda principal, ficou por conta da competente banda de hard rock GANG BANG e só posso dizer que a escolha foi deveras acertada. O grupo formado na própria cidade de Jaú, possui um visual glam e boa presença de palco. Agitaram o público durante toda sua apresentação. Com execução perfeita, o grupo formado por André Anheiser Ferrari (vocal, Ex-Eyes of Shiva), Gustavo Oseliero (guitarra), Leandro Passos (guitarra), Rafael Picello (baixo) e Claudio Strapasson Neto (bateria), tocou clássicos de bandas como GUNS N ROSES, STEEL PANTHER e WHITESNAKE. Anotem o nome dessa banda, os músicos são muito bons e quando começarem a escrever material próprio vai render bons e divertidos frutos.

Por volta das 17h20 começava a soar nos PA a intro “All Becomes One” para delírio do público, que começava a se aglomerar em fronte ao palco, já ansiosos para o abrir das cortinas e o início do show do VANDROYA.  E a banda entra de cara com a veloz “The Last Free Land”. Como de costume, tanto nas apresentações do grupo, como nos outros show da casa, o som estava perfeito, todos instrumentos audíveis e nítidos.

Sem tempo para descanso, a banda formada por Daísa Munhoz (vocal), Marco Lambert (guitarra), Rodolfo Pagotto (guitarra), Giovani Perlati (baixo) e Otávio Nuñez (bateria) emendou as pauladas “No Oblivion for Eternity” e “Within Shadows”, presentes no disco “One”. Todas executadas à perfeição e com um ingrediente a mais, ao vivo soam ainda mais intensas.

Nesse momento, a banda já pôde notar que estava com o público totalmente ganho, com a grande maioria dos presentes mostrando que conhecem as músicas da banda e cantando junto, sempre ovacionando o grupo ao fim de cada canção. A carismática vocalista agradece ao público e dá a eles o que eles estavam querendo, mais músicas. Então foi a vez de “Anthem (For the Sun)” e a balada “Why Should We Say Goodbye” cantada em uníssono pelos presentes.

Daísa Munhoz para o show novamente, agora para dizer que a banda está participando de um tributo a banda alemã HELLOWEEN e que para eles é um orgulho estar fazendo parte dessa grande homenagem a uma das melhores bandas do mundo. Então uma chuva de aplausos é despejada em cima da vocalista. Sem dizer que música seria tocada, o baterista puxa a clássica “March of Time” presente no disco “Keeper of the Seven Keys Part II” de 1987. E só posso dizer que a performance do VANDROYA foi fantástica e a vocalista deu conta do trabalho complicadíssimo que é interpretar músicas gravadas originalmente por Michael Kiske.

Na sequência, a banda tocou a empolgante “Change the Tide” presente tanto no álbum “One”, como no disco "Hollow's Gathering" da Metal Opera brasileira SOULSPELL, da qual alguns músicos do VANDROYA fazem parte.

A banda anuncia que tem uma surpresa para comemorar os 13 anos da formação do grupo e para isso preparou alguns covers de bandas que os influenciaram. Então começou uma sequência de músicas primorosas para deixar qualquer headbanger feliz da vida.

A introdução “Rising Mercury/Winston Churchill” denunciava que vinha IRON MAIDEN pela frente e veio com três clássicos em sequência “Aces High”, “Flight of Icarus” e “The Trooper”, o General Bar veio a baixo.

Agora o guitarrista Marco Lambert assume os vocais para uma versão destruidora de “Creeping Death” que fez a galera ir a loucura, mostrando o quanto as músicas do METALLICA parecem ter sido compostas especialmente para funcionar ao vivo.

Depois, foi a vez da influência prog metal dar as caras. Duas grandes canções da banda estadunidense DREAM THEATER, a clássica “Pull Me Under” e a belíssima “The Spirit Carries On”. Essa última merece um capítulo à parte. Marco Lambert assumiu o vocal novamente, o que me causou certa estranheza a princípio. Ele estava fazendo um trabalho competente, mas essa música era para a Daísa Munhoz. E era para ela mesmo como ficou provado adiante. Assim como na versão ao vivo eternizada no DVD “Metropolis 2000: Scenes from New York”, Daísa entrou assim que a música subiu, fazendo a voz que no DVD foi da convidada Theresa Thomason e com certeza deixou todo o público arrepiado e dali para frente tomou conta. Sem dúvidas, um momento emocionante. Essa música já é linda e tocada ao vivo e da forma como fez o VANDROYA, foi algo mágico. Se você não sabe do que estou falando, procure dar uma olhada no DVD mencionado ou melhor ainda, não perca a próxima apresentação do VANDROYA.

Após recuperar o folego, era hora de retomar as canções do disco de estreia da banda, foi a vez das pesadíssimas “This World of Yours” e “When Heaven Decides to Call” que fizeram o público bater cabeça novamente.  Na sequência, a progressiva “Solar Night”, última faixa do álbum “One”, que diga-se de passagem, foi tocado na integra, mostrando a consistência desse disco, ia dando sinais de que a apresentação se aproximava do fim.  E de fato, estava terminando, mas não sem antes a banda tocar uma versão apoteótica de “Hallowed Be They Name”, uma das melhores do MAIDEN e que funciona magistralmente na versão vandroyana.

Encerrado o show, a banda pôde deixar a cidade da Jaú com a sensação de dever comprido e o público de alma lavada por ter o prazer de assistir uma grande performance, dessa que tem tudo para ser uma das maiores bandas do metal nacional. Uma banda que tem talento de sobra, seja para tocar ou para compor, além de inegável carisma. Que venho o próximo show e também o próximo disco.

Line Up:
Daísa Munhoz (vocal),
 Marco Lambert (guitarra)
Rodolfo Pagotto (guitarra)
Giovani Perlati (baixo)
Otávio Nuñez (bateria)

 Set-List:
01 - All Becomes One
02 - The Last Free Land
03 - No Oblivion for Eternity
04 - Within Shadows
05 – Anthen (For the Sun)
06 - Why Should We Say Goodbye
07 - March of Time (Helloween)
08 - Change the Tide
09 - Rising Mercury/Winston Churchill - Aces High (Iron Maiden)
10 - Flight of Icarus (Iron Maiden)
11 - The Trooper (Iron Maiden)
12- Creeping Death (Metallica)
13 - Pull me Under (Dream Theater)
14 – The Spirit Carries On (Dream Theater)
15 - This World of Yours
16 - When heaven Decides to Call
17 - Solar Night

18 – Hallowed Be Thy Name (Iron Maiden

Barista: Carlos Eduardo Garrido
Fotos: Renato Campos Soares de Faria

































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