Enquanto não tenho em mãos o recém-lançado novo trabalho de OZZY, “Scream”, mato a vontade de ouvi-lo tirando poeira dos velhos discos do príncipe das trevas, como o clássico “Diary of a Madman” de 1981.
Após nove anos e oito discos lançados com o BLACK SABBATH, o vocalista Ozzy Osbourne é demitido por abusar das drogas e do álcool. Então ele decide seguir carreira solo e lança o clássico e definitivo “Blizzard of Ozz” em 1980. Após o grande sucesso alcançado com ele e em meio a sua turnê, o rei das trevas volta ao estúdio para conceber seu segundo álbum em vôo solo, este “Diary of a Madman”, lançado em 1981 e que entrou pra história por ser o último registro do lendário guitarrista Randy Rhoads que falecera um ano mais tarde num acidente de avião.
“Diary of a Madman” é um álbum com dupla personalidade. Para muitos, é constantemente deixado de lado, talvez por ter sido ofuscado pelo estrondoso sucesso do disco anterior, talvez por não possuir um single de grande sucesso. Enquanto para outros é um clássico absoluto e um dos melhores da carreira do velho madman.
Para este álbum, foi mantido o mesmo e consagrado time que trabalhou no álbum anterior, os ex-URIAH HEEP: Bob Daisley e Lee Kerslake, baixista e baterista respectivamente, além do virtuoso Randy Rhoads (que veio da banda QUIET RIOT) nas seis cordas e completando o grupo, o tecladista Johnny Cook.
Logo na primeira faixa de “Diary of a Madman”, OZZY e sua banda já demonstram que a linha seguida é a mesma do álbum anterior, ou seja, um Heavy Metal vigoroso, mas técnico e flertando constantemente com o Hard Rock. Deixando totalmente de lado o som mais pesado e por vezes arrastado de sua ex-banda.
“Over the Moutain” é uma música primorosa, com linhas de guitarra, baixo e bateria em perfeita harmonia, excelente para balançar a cabeça. Assim como a pesada “S.A.T.O.”, que parece ser uma peça única na discografia do príncipe das trevas, com sua boa dose de velocidade e a linha vocal adotada por Ozzy cantando em tons ainda mais agudos que o costumeiro.
Já “Flying High Again” e “Little Dolls” pendem mais para o Hard Rock, sendo mais cadenciadas e com um clima mais descontraído. Enquanto que “You Can't Kill Rock and Roll” é uma semi-balada que até tem seus méritos, mas fica um pouco abaixo do restante do álbum. Já a outra música lenta do álbum, “Tonight”, sim é uma balada de respeito e tem um solo memorável a cargo de mister Rhoads, com certeza uma das mais lindas da carreira do tio OZZY, anos-luz a frente da insossa “Goodbye to Romance” do festejado “Blizzard of Ozz”.
Completando o disco temos a épica e clássica “Believer” com seu ritmo cadenciado e pesado, com outro grande trabalho de guitarras e vocal. E por último a sinistra faixa-título, que lembra de longe o trabalho do madman no BLACK SABBATH. Mas bem de longe, porque essa daqui é muito mais trabalhada e pomposa, com uma bela performance de Rhoads (pra variar) e direito até a um coral apocalíptico em seu desfecho. Chega a assustar os mais desavisados.
O fato é que mesmo sendo gravado às pressas, “Diary of a Madman” é um excelente disco de Heavy Metal e um dos melhores na vasta discografia de sir Ozzy Osbourne. Nele Randy Rhoads mostra mais uma vez como poderia revolucionar o modo de tocar guitarra em bandas de rock e como faz e continuara fazendo falta para o mundo da música.
5 comentários:
Acho que, dentro da carreira solo, esse é um dos álbuns que mais gosto. Talvez seja justamente porque as musicas do mesmo já não estejam tão rodadas quanto a de discos mais conhecidos. São faixas em que se pode notar algo diferente daquilo que se está acostumado a ouvir em um álbum do Ozzy.
Um som diferente até porque o guitarrista era outro, no caso o Randy Rhoads... Depois que o Zack entrou o som ficou mais com a cara dele... Na verdade os guitarristas do Ozzy sempre foram muito bons e sempre levaram o som da banda para o seus estilos.
Falando em Zakk Wylde, chega a ser irônico que Ozzy tenha o dispensado por problemas relacionados a bebida, depois de lembrar como o madman começou a carreira solo...
Muito irônico mesmo... rs
Mas acho que isso vai fazer bem pra carreira do velho Ozzy. Ultimamente as músicas dele estão cada vez mais parecidas com a da banda do Zack, Black Label Society. Acho que com o Gus G as músicas vão ganhar novos ares. É esperar pra ver.
Conheci BLS justamente pela música Stillborn, que tem a participação do Ozzy. Com certeza é uma faixa que poderia estar perdida no meio de Down to Earth.
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