Hollywood é mesmo um lugar modista. Qualquer filme que se destacar um pouco dos outros, terá seu estilo ou sua história ou ambos copiados à exaustão. E se isso significar investir pouco e ganhar muito: melhor ainda. E é isso que vem acontecendo ultimamente com os filmes de terror. Depois do sucesso do espanhol REC, que até ganhou uma versão americana chamada QUARENTENA, aquele estilo de filme em primeira pessoa, onde o que vemos na tela é o que está na câmera de um dos personagens, voltou à tona. O recurso já não era novo, pois foi usado anos antes no clássico A BRUXA DE BLAIR, e agora vem sendo usado por tudo quanto é filme novamente.
Recentemente o sucesso estrondoso de ATIVIDADE PARANORMAL deixou as coisas ainda mais cômodas para os produtores. Pois, além de usar o recurso ressuscitado por REC, ainda se valia de um orçamento extremamente baixo, pois na tentativa de deixar o filme com um ar real, usou apenas uma hand cam e não precisou de efeitos especiais e nem nada do tipo, caso contrário, não enganaria ninguém e perderia o fator realidade.
Pois bem, este O ÚLTIMO EXORCISMO é mais um filhote dessa nova onda de filmes de terror que vem assolando o cinema hollywoodiano. Dessa vez, o que vemos é um documentário produzido por uma emissora de TV sobre um famoso pastor chamado Cotton Marcus (Patrick Fabian), que faz cultos que mais se parecem com shows performáticos nas igrejas americanas. Entretanto, o que eles querem mostrar em tal documentário é a vida contraditória do reverendo. Já que ele nem sequer acredita no que faz e usa de diversos artifícios para convencer as pessoas a acreditarem nele. Com o espetáculo proporcionado por ele, como os exorcismos, ele ganha muito dinheiro e fiéis.
Como de costume em sua rotina, o reverendo recebe uma carta pedindo ajuda, esta vinda de um fazendeiro muito religioso que acredita que sua filha está possuída por um demônio. O pastor lê a carta para a câmera e acha que essa é uma excelente oportunidade para mostrar seus truques charlatões de como expulsar um ser das trevas.
Pastor e a equipe de TV partem rumo à fazenda para encontrar a tal filha do fazendeiro. Porém, quando chegam lá e se deparam Nell (Ashley Bell), a possível possessa, uma menina muito tímida e até inocente, os planos começam a mudar.
Com o decorrer dos eventos mostrados no filme, a cabeça do reverendo e também a do espectador começam a entrar em dúvidas sobre os acontecimentos. Pois, ao passo em que você começa a acreditar na possessão, outros fatos começam a vir à tona e você repensa se aquilo que está vendo é uma coisa ou outra. Essa dúvida permeia toda a projeção do longa e é o que de certa forma mantém você ligado na tela.
Tirando alguns furos no roteiro, que vou ter que esconder para não causar spoilers, o filme até que é bom em sua proposta. Consegue parecer real, até certo ponto, e também proporciona alguns sustos e momentos de tensão. O que já tá bom demais, tendo em vista que os filmes de horror de hoje em dia já não são mais lá grandes coisas. O ÚLTIMO EXORCISMO não vai mudar sua maneira de assistir a filmes e nem vai te fazer passar a noite em claro com medo dele, mas faz bem seu papel enquanto entretenimento.
Pelo que vi, com meu irmão e minha namorada, que assistiram o longa comigo, e também pelo que li na internet, muitas pessoas atacaram o filme, porque não gostaram de seu desfecho. Mas eu não concordo com a tese de dizer que um trabalho é ruim apenas porque teve um final que não agradou. E como ficam os outros 80 minutos de duração? Não valeram para nada? É como aqueles programas de auditório, cheio de provas em que somam pontos durante uma hora, mas quem ganha à última prova é que vence o programa, independente de tudo o que aconteceu antes. A lógica é a mesma.
De qualquer forma, não achei o final tão ruim assim. Só não é aquilo que a maioria esperava, ainda assim, acredito que o fator surpresa é válido.
Título original: (The Last Exorcism)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Daniel Stamm
Elenco: Patrick Fabian, Ashley Bell, Louis Herthum, Iris Bahr.
Duração: 87 min
Gênero: Terror
1 comentários:
eu já te disse... a história tem que ser "redondinha"... o filme pra ser considerado realmente bom, tem que ser bom no todo...
o desfecho é fraco... o filme tinha tudo pra ter ido mto além daquele final mediocre...
Postar um comentário