A primeira mulher

3 de nov. de 2010


Pela primeira vez na história deste país, vamos ter uma mulher como presidente. Com o resultado das últimas eleições, Dilma Rousseff se junta ao grupo de outras 10 mulheres que comandam (ou comandaram) seus países na América Latina.

E o que o fato de nossa presidente ser mulher deve mudar no Brasil? Para ser bem franco, não sei que tipos de mudanças essa simples troca de gênero no poder pode acarretar. Pois, independente de homem, mulher, ou que quer que seja que venha assumir a presidência da república, o que vai influir para ser um bom governante, vai ser a competência ou a falta dela. Pouco importando o sexo, a raça ou a classe social, como demonstrou o também petista Lula, que foi muito bem no cargo.

Falando honestamente, acredito que Dilma Rousseff vá fazer um bom mandato (apesar de não ter votado para ela em nenhum dos turnos) e que pouca coisa vai mudar em relação aquilo que seu antecessor fez. Até porque ambos são do mesmo partido e tenho quase certeza de que Lula ainda terá forte influência no governo. Mesmo que ele diga que não.

A única coisa ruim que pode acontecer é que se o mandato de Dilma for tão bem quisto pela população, como foi o de Lula, é bem provável que na próxima eleição presidencial, em 2014, o ex-metalúrgico volte a se eleger. E mais uma vez, sendo bem aceito, seja reeleito quatro anos mais tarde. O que deixaria Lula e o PT por 20 anos no poder do Brasil. Feito igualável a qualquer ditadura encontrada em diversos países comunistas. Esse monopólio do poder pode vir a ser prejudicial para o país, já que mudanças são sempre bem-vindas e colaboram para um melhor exercício da democracia.  Se essas previsões ocorrerem, conforme dão a parecer em uma primeira vista, estaremos vivendo em uma espécie de comunismo/ditadura disfarçada.

De qualquer forma, o mandato da nova presidente, nem sequer começou e tudo isso não passa de achismos e especulações. Seja qual for seu partido político ou quem seja o candidato para quem você votou, agora temos que torcer para que a nova presidente possa realizar um bom trabalho, afinal, independente de qualquer coisa, nosso país está em suas mãos pelos próximos quatro anos. E que nossa primeira mulher no poder, possa deixar uma boa impressão. Ainda que seja importante atentar para o fato mencionado no parágrafo acima, pois, podemos chegar a duas décadas governadas pelo mesmo grupo político.

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5 comentários:

Raul disse...

Não é comum, mas dessa vez tenho que discordar. Acho que manter uma linha de governantes por um período longo é benéfico para o país. Não como regra geral, mas no caso específico do Brasil que, por uma mentalidade maniqueista, um partido não terminha as obras e programas do outro. Ai ficamos com essa esbórnea, com tudo pela metade, pelo simples medo de que a obra finalizada ou o programa em bom andamento leve credito pro "outro time" nas proximas eleições. Por isso, ao meu ver, a coisa só anda quando perderem essa mentalidade ridícula ou quando um partido ficar ai, 20 ou 30 anos no poder.

Carlos E. Garrido - Café com Ócio disse...

Não tiro os méritos do seu ponto de vista, não. Mas o problema está na população, na mentalidade de nosso povo. Incluindo-se aí os governantes que não dão continuidade aos bons projetos de seus antecessores. Pois, se preocupam mais com seu partido e a próxima eleição do que com o país.

Isso sem falar em obras que ficam pela metade, porque só serviam pra desvio de dinheiro. Mas essa já é uma outra triste história...

Raul disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Raul disse...

O grande problema que eu vejo com o povo é que ele não perdeu aquela mentalidade de monarquia. Ainda divide a sociedade em castas, não quer saber de política porque acha que isso é coisa de "gente importante".

A impressão que dá é que o povo ficou tão acostumado com uma pequena cúpula no poder que, agora que o tem nas mãos, não sabe como usar. É como dar a propriedade de uma fazenda para um escravo: O bicho só está acostumado a só receber ordem, não faz idéia de como gerenciar uma propriedade. Creio que essa é a situação do povo brasileiro.

Na minha opinião, é bem claro que o povo simplesmente não sabe o que ta fazendo. Nas últimas décadas, conseguimos prozas como:

- Transformar partidos em times de futebol. O que importa é que meu time ganhe, mesmo que precise fazer coligação entre partidos liberais e socialistas.

- Transformar socialismo e comunismo em coisas de maconheiro. Temos uma infinidade de cursos públicos de humanas pra provar isso.

- Transformar protesto em piada. Estudantezinhos com nariz de palhaço, "movimento cansei" e camisetas brancas em geral estão ai de prova.

- Enfim, transformamos a própria máquina pública em piada. A classe artística não é incapaz de fazer política, mas elegemos Tiririca, Frank Aguiar, Clodovil, Agnaldo Timóteo, Romário e mais uma penca ai que estão ou estiveram lá pra gastar dinheiro e transformar oxigênio em gás carbônico.

Como resolver esse panelão de merda que estamos cozinhando a praticamente trinta anos? Educação. Uma educação de qualidade daria conta de criar um povo consciente. Só que ai tem que ver se esse povo quer ser educado também, mas isso já é outro assunto...

Carlos E. Garrido - Café com Ócio disse...

Concordo plenamente com esse seu último comentário, Raul.

Ultimamente o que mais se vê é gente achando que partido político é igual time de futebol. O negócio é torcer pra ele e vencer à qualquer custo, de qualquer maneira. Ninguém mais sabe quais as ideologias pregadas/apoiadas pelos partidos (se é que ainda tem alguma, pois parece que agora virou tudo uma coisa só).

Com certeza o povo não sabe o que está fazendo e parece que ainda vai demorar muito pra saber. A educação como um todo precisa de uma reforma urgente e até radical. Mas como você disse, só não se sabe se o povo vai querer ser educado. Pois o comodismo e o conformismo imperam por essas terras...

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