Saudosos heróis do cinema 80'

24 de ago. de 2010


Recentemente estreou nos cinemas brasileiros o longa OS MERCENÁRIOS dirigido e estrelado pelo grandalhão Sylvester Stallone, mais conhecido como Rocky ou Falcão. Além dele, outros ícones do cinema de ação dos anos 80 estão no elenco do filme. À saber Dolph Lundren, Mickey Rourke, Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis. Entretanto, dessa vez, não vou falar deste filme (pois, ainda não o assisti). Mas vou falar sobre esses atores da década de 80 que foram ressuscitados pelo filme em questão.

Esses caras, incluindo aí Chuck Norris, Jean-Claude Van Damme e Steven Seagal, há 30 anos, foram verdadeiros heróis de Hollywood. Povoando a imaginação de milhares de crianças e adolescentes, que queriam ser como eles. Enquanto elevavam a adrenalina dos adultos da época com suas perseguições alucinantes e explosões aos milhares.

Para estes atores não importava qual era o personagem que iriam interpretar e nem qual era o roteiro do longa. Eles eram sinônimos de ação, de testosterona, de entretenimento. Você não precisava ir até a locadora procurar um bom título de filme, ficar lendo a sinopse atrás da caixa daquelas velhas fitas cassete. Você simplesmente perguntava: “Tem algum do Chuck Norris?” Era o que bastava. Hoje, você fica quase duas horas olhando as prateleiras e corre o risco de voltar para casa sem nada.

Três décadas depois as coisas mudaram. Estes “ícones explosivos” do cinema continuaram a fazer filmes, na maioria das vezes sem o mesmo sucesso. Parece que o público evoluiu ou apenas mudou de gosto. Agora não se contentam apenas com algumas explosões, tiroteios e muita adrenalina. Querem roteiros um pouco mais complexos, personagens bem desenvolvidos e atuações mais plausíveis. Com toda essa exigência perdemos os atores referencias e passamos a ficar horas olhando DVDs nas locadoras, antes de escolher qual vamos assistir. Mas será que isso é bom? Será que temos filmes tão bem construídos assim? Acho que não.

Os filmes sim melhoraram muito se comparados aqueles produzidos vinte anos atrás. Talvez principalmente pelo avanço tecnológico que propiciou uma maior facilidade na produção dos longas. Mas melhoram pouco no quesito “filmes cabeça”.  Pois ainda hoje não existem muitos que vão além do entretenimento puro e simples, que te façam pensar, que realmente acrescentem algo a sua vida. Talvez o cinema europeu consiga fazer isso. Mas quem aqui tem saco para assisti-los? Acredito que pouca gente. Mas eu assisto numa boa (se forem do Monthy Python, claro).

Com isso perdemos aqueles grandes atores (sim, eles eram grandes e fortes) e mesmo assim não tivemos muitos benefícios. Quem sabe por isso, inúmeros filmes antigos estejam voltando à tona com continuações, como: ROCKY BALBOA, DURO DE MATAR 4.0, JOHN RAMBO e até esse OS MERCENÁRIOS, que se não faz parte de nenhuma franquia, parece querer dar continuidade aquele cinema de ação dos anos 80. Com isso, talvez as novas gerações, possam conhecer um pouco os heróis de seus pais, já que eles não têm os seus próprios. Ou vai me dizer que tem? O Jason Statham pode até fazer filmes legais, mas não chega perto da magia que essas caras tinham. 


10 comentários:

Jonas disse...

Acho que as coisas mudaram muito sim. Algumas pessoas mudaram seguindo toda uma "modinha". Outras mudaram de acordo com "uma questão natural de vida e evolução". Outras demoram um pouco para mudar (isso não é ruim não, vai do gosto de cada um, ela demora não porque é retardada, demora porque sabe apreciar coisas boas do passado). E outras não mudam (aí já é outra questão). As pessoas mudam e também mudam seus gostos, seus atos e consequentemente suas produções cinematográficas (rsrsrsrs), seu modo de ver as coisas. Sei de um filme muito conhecido, chamado "Johnny vai à guerra", dos anos 70. Nossa quanto diferença de estilo e produção dos anos 80 e 90, não apenas da qualidade, que a tecnologia nos presenteia a cada ano com uma melhor, mas percebo que o gênero, o estilo e a ideal de herói e vilão mudaram drásticamente de uma época para a outra. Hoje nos anos 2000 achamos que o cinema dos anos 80 e 90 era melhor(pelo menos em alguns quesitos, como a presença de personagens como Chuck Norris e Stallone), assim como na música. Porém (não posso afirmar com tanta propriedade, pois não vivi naquela época), nos anos 80 e 90 nossos pais e avós achavam o cinema dos anos 70 melhor e mais criativo...se não concordam comigo, se manifestem, por favor. Creio que daqui a 20 anos olharemos para trás e diremos: "Como foi bom ir ao cinema assistir Avatar", ou ainda "Como era bom aquela sala de cinema lotada para assistir Rambo". Conforme o passar das décadas os ideias de "filme perfeito" mudam, a juventude é influenciada e toda ela passa a gostar de algo novo (falow o experiente, hsuahs), tudo aquilo que seus irmãos mais velhos assistiam já está maçante, e procuram coisas novas, é aí que surge esse "novo cinema", dessa exata forma, talvez o intuíto dos produtores do 1° Rambo não era agradar toda a população, de todas as idades, como Avatar por exemplo. E sim fazer algo "apenas" para deixar marcado na história, quem se lembrará de crepúsculo daqui a 10 anos? Se eu continuar entrarei na questão comercial...enquanto há 2000 pessoas que preferiam o modo de fazer cinema antigo (mesmo que saibam exaltar as evoluções de hoje em dia) há 15000 que choram ao assisitir crepúsculo. A mesma coisa acontece com a literatura, com a música (acho que principalmente com a música) e com a moda. Enfim, é uma discussão sem fim. Gosto não se discute, apenas temos o direito de expor o nosso, como eu fiz agora...obrigado.

Carlos E. Garrido - Café com Ócio disse...

Obrigado, digo eu Jonas. rs Seu comentário é muito interessante. O que você disse sobre a mudança que as pessoas e as artes sofrem faz bastante sentido. Em qualquer conversa sobre filmes ou música rola esse tipo de nostalgia de que antigamente as coisas eram melhores.

Mas o mais engraçado nisso tudo é que as vezes as pessoas gostam de coisas antigas, mas que nem sequer eram de sua época. Meu filme preferido, por exemplo, é "O Poderoso Chefão" que eu nem era nascido quando foi produzido. A mesma coisa com minha namorada que adora "E o vento levou" que é mais antigo ainda.

Isso sem falar em música, muitas coisas que eu escuto foram gravadas quando eu nem sabia que a banda existia. Isso tudo é muito curioso.

Jonas disse...

..."E o vento levou" é MESMO antigo... e um clássico é claro.

É, no meu caso as bandas que eu curto surgiram BEM antes de eu ter nascido, se não, antes de eu saber que música existia. Com exceção de duas ou três bandas. Nos anos 2000, pelo menos em minha opinião, não surgiram mais bandas boas como surgiram antes. A cena da Bay Area ( movimemento que surgiu o Metallica, Testament entre outras, para quem não sabe) foi única. A NWOBHM (Maiden, etc.) também foi única. A época que surgiu Alice e Nirvana, também foi única. Acho que agora, é hora da cena dessas bandas emo mesmo, infelizmente, para quem gosta de música trabalhada e mais complexa. Naquele tempo que o Heavy Metal surgia, também houve essa "discriminação", talvez existisse até menos pessoas que gostavam de Black Sabbath naquele tempo, do que pessoas (ou outro tipo de ser) que goste dessas bandas hoje. Não comparemos estilos, e sabemos que música emo, coloriada ou seja lá o que for, nunca vai dar certo como deu o Heavy Metal e nunca fará frente ao mais elaborado estilo musical. Ás vezes penso, se quando essas bandas acabarem e seus integrantes morrerem...vou ao show de quem?

Assim o cinema, chego a ficar desesperado em pensar na hora da morte de produtores e diretores que fizeram filmes até o início dos anos 2000...Será que a partir daí teremos apenas filmes do naipe de Lua Cheia?

Com o passar do tempo, as pessoas se acostumaram e aceitaram a gostar de novas cenas, mas não sei se conseguirei viver somente com coisas novas.

Acho que preferia ter vivído nos tempos antigos mesmo rsrsrsrsrrs.

Paulinha disse...

é impressão minha ou esse texto tem a ver com o q eu comentamos na lanchonete domingo? haha
q já nao se fazem mais os filmes de ação/luta de antigamente...?

Paulinha disse...

e eu estava lá qd E o vento levou foi lançado... tô conservada, rapá! uhahuahuahuahuauhauha
eu prefiro tudo de antigamente... como o Jonas disse, tb preferia ter vivido umas décadas atrás! hahaha

Carlos E. Garrido - Café com Ócio disse...

Jonas, eu acho que a música desses caras de antigamente, que a gente curte, fazia bastante sucesso em seus respectivos tempos, mas realmente acho que não tanto quanto essas ondas de coloridos e emos. Infelizmente essas coisas de hoje estão dominando o mundo da música, assim como o tal do sertanejo universitário. Mas quer uma boa notícia? Isso tudo passa. É só moda, daqui há alguns anos nem vamos mais lembrar que essas coisas existiram. Diferente de nosso amado metal, que tá aí até hoje, pra todo mundo ouvir. Cada vez mais gente vai descobrindo o estilo e passando a apreciá-lo.

Quanto as bandas de metal dos anos 2000 pra cá, também não vi nada de muito interessante não. Os anos 70 e 80 ainda são os melhores, mas 90 também teve boas coisas surgindo.

Quanto aos filmes, espero que surjam mais diretores bons e que essa onda de vampiros passe logo! uhahuahua

E também acho que preferiria ter nascido em outra época...

Carlos E. Garrido - Café com Ócio disse...

Tá no formol então hein? uhahuahua

E sim, tem haver com aquilo que comentamos na lanchonete domingo :)

Jonas disse...

Metal forever!!!rsrsrsr

Espero que passe mesmo essa modinha.

Raul disse...

Acho que esses atores faziam (e ainda fazem) sucesso pelo mesmo motivo que gerou a fama explosiva do Capitão Nascimento: Eles são os caras vão lá e resolvem.

É só parar pra analisar os filmes de herois mais recentes pra entender. A gente vai para o cinema pra ver o Homem Aranha combater o crime e ter boas lutas com os vilões, mas os filmes só ficam no "mimimi amo a Mary Jane, mimimi deixei meu tio morrer". No Batman: Dark Knight, a mesma coisa: ele passa mais tempo lamentando a solidão do que atras do coringa.

Wolverine Origins foi um filme tão criticado justamente porque pega o Chuck Norris dos X-men e transforma em um muleque fraco e chorão.

Não estou dizendo que não gosto desses filmes, só quero comparar com os filmes antigos de ação.

É claro que os problemas só tornam os herois mais complexos e bem construidos, mas as vezes a gente não quer saber da vida dos protagonistas ou dos fatores que geram a criminalidade em Gothan City.

Os filmes antigos traziam um enredo bem mais simples, desses que a gente perde uma hora e pouco assistindo, depois não pensa mais no assunto. Ninguem sabe o nome de metade dos personagens do Schwarzenegger, mas todos lembram de como ele explodia tudo e as coisas se resolviam.

Enfim, se esses atores antigos estão de novo nas telas, acho que é porque as pessoas tem sentido falta desse filmes velhos, com enredo simples e sem compromisso, afinal, as vezes um filme é o programa do fim de semana, mas de vez em quando a gente só precisa deles pra matar um tempo.

Carlos E. Garrido - Café com Ócio disse...

Esse novo estilo de heróis em filmes citado pelo Raul, mostrando mais os sentimentos deles e tal, não só deixam os personagens mais bem construídos, mas também aproximam eles da gente. Como se fosse pessoas, como eu ou você. O problema é que nem sempre isso é bom. Quando você vai ver um filme de heróis (seja eles aqueles dos anos 80 ou esses vindos dos quadrinhos) talvez você não queria ver eles parecidos com um ser humano comum. Talvez você só queira que ele vá lá e salve o mundo, com muita ação e pouca enrolação.

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