Thalion - Another Sun

10 de mar. de 2011


Se você tem uns 20 e poucos anos e acompanhava a imprensa especializada em Metal lá pelos idos de 2004 deve se lembrar da banda THALION, ao menos das propagandas de seu álbum de estreia (e único), “Another Sun”, que pipocavam em sites e revistas do gênero. Elas davam conta de que o grupo era a grande promessa do Metal Melódico brasileiro e que trilharia os passos de nomes como ANGRA e SHAMAN. Os críticos elogiaram o álbum, não que fosse dar novos rumos para o Metal, mas que era um bom disco. Nos fóruns de discussão muitos eram os depreciadores da banda, que em geral alegavam que o THALION era um produto de gravadora e que eram todos “filhinhos de papai” e por isso conseguiam espaço tão rápido na cena, enquanto outros monstros batalhavam há décadas sem o merecido reconhecimento. O fato era que o THALION era formado por músicos jovens, em média vinte anos de idade, e seus pais tendo dinheiro ou não (tanto faz), causavam algum tipo de inveja em muita gente.  Mas o fato era que os “moleques” eram bons músicos.

Pois bem, com essa resenha não pretendo levantar nenhum defunto, mas esses dias me peguei ouvindo este CD deles aqui em casa e me lembrei de toda essa polêmica que existiu em torno da banda, quando do lançamento deste “Another Sun”. Um ano depois, nunca mais ouvi falar deles, não sei se continuaram na música ou se seguiram outros rumos. Mas o fato é que tinham talento e poderiam ter trilhado um belo caminho, se prosseguissem mesmo com as críticas, que na maioria das vezes eram infundadas.

O disco segue a linha do Metal Melódico, com algumas poucas passagens mais pesadas e progressivas e incursões de música clássica, mas no geral sem inventar muito. Até porque não dava para se esperar muito diferente disso de uma banda com integrantes tão jovens e seguindo um estilo, já na época, bastante saturado. Mas com o passar do tempo e com mais experiência poderiam seguir outros rumos e moldar um estilo próprio. Nunca saberemos. Ainda que sem fugir muito dos clichês do estilo, a seção instrumental era muito precisa e a dupla de guitarras era deveras afiada com riffs, melodias e solos muito bem encaixados. A voz de Alexandra Liambos tinha um tom bonito e diferenciado, porém, ainda tinha que ser mais bem lapidada para suprir eventuais deslizes. Nada que o tempo não pudesse resolver.

O disco abre com a veloz “Follow the Way”, que sintetiza tudo aquilo que uma música de Power Metal deve ser, veloz, alegre, melódica e empolgante.  Na sequencia uma alternância de faixas rápidas, como a excelente “Show me the Answers” e a boa “Wait for Tomorrow”; cadenciadas como a excelente e pesadona “The Journey” e a mediana faixa-título; e baladas como a bela “Life is a Poetry” e a sem sal “The Encouter” com participação do “Pagou, Eu Vou” Michael Kiske.

“Another Sun” é um bom disco de estreia, mesmo não sendo revolucionário ou espetacular, possuía faixas de grande qualidade, que exaltavam a qualidade dos músicos envolvidos e algumas outras medianas, que poderiam ser aprimoradas em futuras composições. A banda tinha um futuro promissor pela frente, mas sumiu sem deixar rastros, deixando vitoriosos aqueles que os criticavam. Como será que o THALION soaria hoje em dia, caso estivessem na ativa desde o lançamento de seu debut? Cumpriria a promessa de ser um dos grandes nomes do metal brazuca ou cairia no esquecimento da forma como aconteceu?



3 comentários:

Jonas Ed disse...

Mano..... vc desenterrou o "Thalion"..... caraca nem lembrava mais dessa banda. Num conprei o cd, tampouco fiquei sabendo de toda a polêmica envolvida(muito engraçada por sinal-hehe). Cheguei ouvir umas duas musicas, me parece que eles abriram alguns shows do Shaman(acho). Mas... sim, pareciam filhinhos de papai, eu pensei isso na época! gostei do post
valew!

Carlos E. Garrido - Café com Ócio disse...

Eu também nem lembrava mais... Tive que tirar poeira de cima da caixa do CD...huauhahua É mesmo, se não me engano eles abriram para o Shaman.

Valeu pelo coment! Continue participando!

Unknown disse...

Na verdade eles abriram pro Angra em um show na Via Funchal, em 2004 (eu tava lá).
Eu era uma das críticas por eles serem filhinhos de papai, mas ouvindo hoje, concordo com você, a banda não era ruim.

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